quinta-feira, 16 de julho de 2015

Não quero fazer aniversário

Estou para fazer aniversário em poucos dias e a única coisa que quero fazer nesse momento é dizer pro mundo: "Para! Que eu quero descer!". Não gosto de aniversário, não gosto do meu aniversário, de ficar mais velha, das parabenizações sem sentido, de já ser uma mulher responsável. Posso voltar a ser menina e ficar em casa brincando de boneca? Alguém chama o Peter Pan e avisa que ele me deixou aqui a um tempo atrás.

Não gosto de fazer aniversário, se me pedissem para escolher o pior dia do ano seria dia 25 de julho. Comemorar mais um aniversário só me trazem dores e aflições, pode ser o raio do inferno astral que deixa todo o tempo que antecede o 25 ruim e parecendo que vai explodir, ou eu querendo que exploda tudo. O problema é essa sensação de que passou mais um ano da minha vida e eu não consegui nada de novo, continuo na mesma mediocridade de antes, a mesmice de sempre. Completar mais um ano mostra que estou estagnada, que nada muda e que estou fracassando um pouco mais por dia. Essa sensação só aumenta frente a todas as dúvidas e medos e problemas que existem agora. O próximo passo me assusta e o dia seguinte só me põe mais perto do fim. 

Claro que nem sempre foi assim, eu já gostei de fazer aniversário, de chamar os amiguinhos pra minha festinha. Mas hoje não. Hoje não tem festinha e nem amiguinhos. Hoje sou só eu, um pouco triste com o mundo e com a sensação de que estou sozinha. 

Um ano muda muita coisa, não?


quinta-feira, 30 de abril de 2015

Depois de tanto tempo longe

Te deixei sozinho por tanto tempo! O ano virou e eu nem as caras. Posso te dar mil desculpas para o meu sumiço, para meu repentino abandono. Mas nenhuma delas justificaria te deixar tão sozinho e tão frio. Logo você, tão pronto pra ouvir e receber minhas lamúrias.

Como anda a minha vida? Olha, as vezes é bem difícil de dizer. As vezes me falta uma parte, as vezes acho que sobre em outras. Mas tem havido muitos dúvidas na minha cabeça. Acho que a maior delas é a minha atual situação de desencontro comigo mesma.

É engraçado que estou indo para o meu terceiro ano de faculdade e só agora descobri que talvez minhas expectativas não estejam aqui. No começo era legal, fazia sentido, mas pensando bem, analisando de forma crua, já no começo existiam as dúvidas. Todo primeiro semestre da a impressão de não ser o que a gente quer, me diziam. Algumas dúvidas continuaram e eu persisti no erro.

O meu grande problema sempre foi: se não é isso, o que vai ser? Tenho um problema muito sério de me encontrar nos lugares, de achar o que eu gosto de fazer. Sou muito volúvel e mudo de ideia com muita frequência, e todos os testes de orientação vocacional me indicam profissões criativas. Logo pra mim? Não sou criativa, na verdade minha capacidade de visão espacial e de inovação são nulas. Eu inclusive tenho dificuldade de lidar com o que é novo e com as adversidades.

Confesso também que depois de dois anos fazendo jornalismo e ouvindo todos os dias que o jornalismo é uma profissão incerta, que não é regulamentada, que jornalista trabalha muito e ganha pouco e que há mais chances de sucesso na carreira acadêmica. Talvez hoje eu não queira fazer algo que será incerto no futuro, de incerto já me basta a vida.

No meio disso tudo ainda tem aquele medinho de sair de faculdade atual, de deixar tudo pra trás -talvez não tudo-. Um medo de sair e saber que vão comentar, faltava tão pouco para terminar, porque não aguentou mais um pouquinho, ou até mesmo, eu sabia que não era a dela, ia ser uma péssima jornalista mesmo.

Depois de tantos meses longe daqui, é isso que tá pegando na minha vida agora. Essa grande dúvida entre ir e ficar, de não saber o que quero fazer da minha vida. Talvez comprar uma casa no campo pra compor uns rocks rurais.