quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Muda, muda, muda e continua do mesmo jeito

Chegou aquela época do ano em que a gente decide fazer um balanço sobre nós. Sabe aquelas coisas fazer uma listinha do que realizamos em 2013, como foi ano, as mudanças, as pessoas, a cabeça, o coração? A gente coloca tudo na balança, tu-do.


Por que raios eu seria diferente? É claro que vou fazer o meu balanço do ano hahaha. Talvez seja um pouco cedo, talvez seja feito mais perto do ano novo, mas tudo bem, me deu vontade agora. E sobre o meu balanço, eu descobri que na verdade eu sou a mesma de sempre, do mesmo jeitinho esquisito, complicado e chato, sempre chato.


Enfim, esse ano foi diferente dos outros, bem diferente, eu diria. Entrar na faculdade já muda muita coisa, tudo é novo e dá aquela sensação de que você cresceu, não é mais uma criança sem grandes responsabilidades, vira gente grande, adulto, responsável. E quando além disso você muda pra uma cidade muito longe da sua e cadê carinho de mãe? Cadê mimo de pai? Cadê briga com irmãos? Cadê comida de vó? Cadê amigos babacas pra te chamarem de bocó? Cê perde tudo isso! Nunca tive tanto a sensação de abandono do que na época da mudança, quer dizer até tive em outros momentos, mas na mudança era uma coisa absurda, me sentia tão pequena, tão insignificante, tão desamparada que nada me dava jeito, chorava todo dia igual uma criança e ainda por cima ligava pra minha mãe e dizia "vem me buscar!!". Claro que isso foi nos primeiros meses e que hoje eu sou bem feliz lá na minha nova cidade. Além de já me sentir parte de lá, uma moradora da cidade, um membro da faculdade, eu fiz amigos (yes!!), conheci pessoas que me acolheram e cada um ao seu modo me ensinaram a crescer, a ser alguém melhor e a todas essas pessoas eu serei eternamente grata, por tudo o que fizerem e o que fazem. Eu sei que tenho uma família lá e que ela é linda!

Essas mudanças todas mudam a gente. Se hoje já não sou a mesma de ontem, o que dirá da pessoa que era no começo do ano. Não sou mesmo, muita coisa mudou e acho que uma das principais foi a minha maneria de pensar, quer dizer, me achava uma pessoa com a cabeça bem aberta, com uma visão de mundo diferente e "pra frente", por ser assim dizer e muitas vezes me sentia um tanto sozinha, era difícil achar gente que pensava igual, meus amigos me aceitavam como eu era, mas eles mesmos diziam que adoravam o meu jeito de ver o mundo, mas não eram capazes de pensar igual. Era triste. Mas na faculdade achei muita gente que pensa igual, que pensa mais e isso é o maior barato! É como encontrar um lugar no mundo em que existem pessoas iguais a você e ser aceito por essas pessoas! É mágico, por isso lá é lindo.


Tantas coisas me fizeram ser o que eu sou hoje e eu mudei tanto, tanta coisa eu tive que mudar... Deixei alguns sonhos pra trás, junto com alguns amores e paixões. Mas encontrei outros, mais e talvez melhores ou apenas diferentes. E ainda sim, mudando tanta coisa, ainda sou a mesma de sempre, talvez fosse apenas tmp, talvez estresse, mas houveram tantas vezes em que eu quis espernear e gritar e xingar e machucar alguém só porque não era do jeito que eu queria, e isso me faz crer que eu ainda sou a mesma crianças birrenta, teimosa e chata que eu sempre fui. Mas pensar que não esperneei, não gritei, não xinguei, não machuquei ninguém porque eu sabia que não ia fazer diferença, que não seria do meu jeito se eu só quisesse se eu não fizesse, talvez essa consciência de que ninguém tem culpa de nada signifique que eu cresci e que eu não sou mais aquela criança birrenta e teimosa, talvez eu seja só chata e esquisita e complicada.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Eu devia estar estudando

Ou fazendo meu artigo ou qualquer outra coisa, mas estou aqui escrevendo sobre uma coisa que eu não entendo e quero nunca entender. Uma amiga me disse esses dias que sentimentos que acontecem rápido são mais sinceros do os que acontecem gradualmente. Segundo ela, quando é rápido você não pensa, acontece e fim, você tá lá enrolado em alguma coisa que não sabe explicar como surgiu, apenas que foi assim e é uma das melhores sensações do mundo.

Sobre coisas que acontecem rápido demais ou de forma inesperada, gosto daquela que diz que tudo acontece no tempo certo, que se tivesse acontecido antes não seria do jeito que é. Tenho para mim que quem eu sou hoje é diferente de quem eu era ontem, principalmente pelo simples fato de que o tempo passa e eu envelheço. Seguindo essa linha, o que aconteceu hoje só aconteceu porque se fosse ontem talvez desse errado pelo simples fato de que eu não estava preparada para lidar com o que me trazia o destino.

Não sei se acredito em destino. Penso que é triste imaginar que tudo na sua vida já está traçado e que escolhas são na verdade uma ilusão. Mas as vezes parece algo tão palpável, como conversar com alguém durante horas olhando pra uma aquário de planárias e muito tempo depois ficar horas conversando sobre nada e contando histórias da infância e ter a sensação de que conheceu essa pessoa a sua vida inteira, quando na verdade fazem só três meses que vocês se veem com frequência  e perceber que as palavras começaram a faltar. Isso parece destino, ou é só um acaso?

A questão é que o seu cheiro ficou na minha pele e eu gosto disso.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Isso é uma crônica?

Estava chovendo e ela estava parada com a sombrinha roxa aberta. não chovia muito, mas também não era pouco. A chuva caia torta, não vinha em linha reta do céu para o chão, mas não como se fizesse curva. Por ser torta, a chuva molhava os joelhos da menina e seus tênis estavam encharcados. Mas ela não se importava, sua bolsa estava seca, o que significava que seus livros estavam salvos.

Trazia Alberto Caeiro para parar de pensar e começar a sentir. Tinha Drummond porque as vezes é bom ser melancólico. E Tolkien porque fantasia faz bem.

A aula tinha acabado há um tempo, o que não fazia sentido porque ela carregava um filhote de gato aninhado no braço. encontraram o animal perdido na escola, era branco e com grandes olhos verdes. talvez por medo, talvez por frio, ele se encolhia nela e observava atentamente.

A menina espera alguém que viesse buscá-la, iria pra casa sozinha se não estivesse chovendo. Porém já fazia um tempo que estava esperando.

Não tinha muito mais gente na escola, quer dizer, não tinha quase ninguém. Na porta estavam ela e o porteiro, todos foram embora. O portão abriu e alguém saiu do prédio. Outro estudante, mais velho, mas não muito, uniformizado igual aos outros, mas diferente. O cabelo cacheado e comprido era incomum.

A movimentação agitou o gato que ergueu a cabeça e ficou observando o moço junto com a menina. Ele passou por eles quase sem desviar, exceto por um momento em que olhou pro gato e do gato pra menina e então sorriu.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Coisas estranhas que eu gosto e não estou nem aí se você não gosta

Depois de postar aquela lista sobre coisas que ninguém sabe sobre mim, achei essa, escrita já faz um tempo, que é tão esquisita quanto a outra, ou talvez não...

Estava pensando esses dias antes de dormir como somos peculiares, cada um tem a sua diferença, o seu jeito e suas manias. Somos todos um pouco loucos e esquisitos. Comecei a pensar nas coisas esquisitas que eu gosto e que, as vezes, deixa os outros chocados, outras vezes não. Como sou uma pessoa atualmente desocupada, resolvi listar minhas coisas estranhas.

- Batata frita com sorvete: é um clássico, todo mundo que é esquisito gosta disso, mas assim, eu acho que só vale se for do Mc'Donalds, sem querer fazer propaganda;

- Óculos escuros, não é estranho gostar de óculos escuros, mas o motivo é, eu gosto porque eu me sinto invisível com eles, tipo no filme O Paizão.

- Gosto de céu, principalmente da janela do meu quarto na casa da minha mãe com as grades na frente;

- Cheiro de cebola na mão. Veja bem que eu disse na mão, nada de hálito de cebola;

- Massa de bolo de chocolate crua, eu chego a fazer a massa só pra comer;

- Pelos;

- Dentes sujos de sangue. Não, não é a boca do vampiro após sugar todo o sangue da moça e nem é uma boca cheia de dentes quebrados. Mas uma de quem acabou de levar um murro e cortou o lábio ou quebrou o nariz;

- Daquelas marcas que ficam na pele quando a gente passa a unha com força. Acho bonito.

- Gosto de músicas que me descrevem, que lembram quem eu sou ou porque eu acho que parece ou porque alguém lembra quando ouve.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Um amontoado de coisas

Você se encaixa em mim e eu gosto disso. Gosto de como você está lá sempre que eu preciso e a maneira como você se encaixa perfeitamente em mim, seja na hora de dormir, seja quando eu só preciso de um abraço. Desculpe pelos dias em que te deixei de lado, jogado no armário, e quando eu pedi por alguém, você veio.

Noite passada eu sentei e chorei. Por quê? Não faço ideia, era apenas um desses dias em que tudo o que eu quero é chorar, em que tudo parece apertado e eu não caibo dentro de mim, os olhos ardem, o nariz pinica e eu transbordo. Nesses dias tudo o que eu quero é chorar. Quero também carinho de mão, mas quando a gente cresce, carinho de mãe, às vezes, é privilégio.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A lista que eu não quis publicar lá

Esses dias, ontem para ser bem específica, ou será que foi hoje de madrugada? Um amigo estava fazendo uma lista sobre 13 coisas que ninguém sabe sobre ele. Achei engraçado e ele disse que se eu curti deveria fazer uma e por no meu perfil, mas eu me acho superior demais para colocar essas correntes na minha time e também porque tenho medo de ser julgada por todo mundo que vai ver o que postei. Mas fiquei com fogo de fazer a bendita da lista e não feliz em apenas fazer ainda queria que as pessoas vissem, mas não todas as pessoas, só que tem paciência pra virem aqui, as que me leem.
Enfim, no fundo não sei se consigo pensar em 13 coisas que ninguém saiba sobre mim.. Talvez as pessoas saibam, mas fingem que não..

1- Quando ta de noite, eu apago a luz e saio correndo, porque tenho medo do escuro;
2- Às vezes eu digo que conheço alguma coisa só pra não parecer desinformada;
3- Sou orgulhosa;
4- Não gosto do gosto do álcool, bebo por conveniência social;
5- Eu adoro dançar todo tipo de música, mas acho que danço muito mal;
6- Me divirto mais sóbria do que bêbada;
7- Queria saber jogar video game, mas não gosto de perder;
8- Às vezes peço pra minha mãe dormir comigo;
9- Gosto de saber de tudo. Uma vez um amigo disse que eu devia ter um slogan "eu sou a garota cultura, pergunta que eu sei" e esse mesmo amigo se intitulava "garoto cultura" e a gente sabia de tudo;
10- Falo atravessado com as pessoas sem querer;
11- Coloco creme de leite em tudo;
12- Já fui uma pessoa melhor;
13- tem dias em que eu choro sem motivos.

Faixa Bônus: Quando eu coloquei os óculos pela primeira vez eu disse pra minha mãe que tudo tinha ficado colorido. Ela nunca me abraçou e chorou tanto sem que eu entendesse o motivo.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Existências além da minha

Percebi agora, quando um amigo veio dizer que acabava de chegar em Jundiaí o quanto é estranho pensar no que as pessoas fazem quando não estão com a gente, que existe vida além de nós. Sei o quanto isso soa estranho e até mesmo egoísta, mas é realmente bizarro imaginar que pessoas que você conhece estão nesse exato momento fazendo outras coisas que você nem imagina o que seja. Imagine que atrás de uma parede está alguém e esse alguém não faz ideia do que você esteja fazendo e nem você imagina o que acontece do outro lado.

Mais louco ainda é imaginar a existência das pessoas antes da gente fazer parte das vidas delas, quantas vezes a gente já não se trombou com alguém que conhecemos tempos depois? Fiquei pensando nisso quando um amigo me disse que foi em uma micareta da Ivete aqui em Jundiaí, o mais engraçado é que me chamaram pra nessa micareta e eu quase fui, podiamos ter nos trombado e hoje nem saberiamos desse episódio. Uma amiga minha também veio em uma festa na minha cidade e foi outra festa que eu quase fui, mais uma coisa estranha que acontece.

Já parou pra pensar em quantas fotos de desconhecidos você aparece?

domingo, 3 de novembro de 2013

Estou sem dormir a mais de 24h

Estava pensando no quanto eu sou ansiosa, em como o agora não me contenta e eu sempre estou pensando no depois, no que vai acontecer e quais serão as consequências de cada ato. Claro que isso só vale para quando eu estou sóbria, embriagados não conseguem pensar em muita coisa e por isso se arrependem no dia seguinte.

Não sei aceitar o hoje, na verdade não é bem não aceitar, é mais como se tudo o que eu ouvir ou fizer ou falar interferisse no que vai acontecer, eu sei que interfere, mas o que eu quero dizer é que eu penso na hora em que tudo acontece no que isso quer dizer mais pra frente, o que vai mudar ou o que significava isso ou aquilo. Claro que tudo isso está inserido no contexto de que tratasse de relações sociais, e eu sempre vou ficar pensando no que a pessoa quis dizer com isso ou aquilo, ou o que significou determinado gesto. Quer dizer, porque infernos eles segurou minha mão se pretendia soltá-la logo em seguida?

Com base nisso fiquei pensando em como eu sou uma pessoa estagnada e problemática, além de incapaz de apenas deixar as coisas acontecerem... entramos na questão do meu excesso de controle, não gosto de nada que eu não possa controlar, logo não gosto de pessoas porque elas são imprevisíveis e mudam de ideia muito rápido. Não fui feita pra isso.

O produto final da grande contemplação da minha personalidade esquisita foi que penso demais no amanhã e neste momento estou me imaginando daqui alguns anos deitada na cama de alguém que eu conheci em um café e que construiu uma história comigo, e esse alguém me pergunta "mas como era você na faculdade?" e a única coisa que eu faço é rir, porque na faculdade eu nem sabia quem era.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pra Sari, porque eu gosto dela

E eu me pego encarando aqueles dois olhos escuros e marejados, me olham do sofá, parecem quase fechados, será que a luz os incomoda?
Sorrio e os olhos parecem se dilatar. Me olham felizes? Chamo seu nome e ela abana o rabo. Sento ao seu lado e ela procura uma posição para ficar perto de mim e deita. Tudo o que ela quer é carinho.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Buracos

Eu não sei o que o resto do mundo pensa sobre isso, na verdade pouco me importa o que o resto do mundo pensa sobre isso. As pessoas vem e vão, e pessoas, como todo corpo material, ocupam espaço. Quando uma pessoa vem, ela começa a ocupar um espaço na vida, na minha, na sua, na de alguém. Quando essa pessoa vai, ela deixa de ocupar esse espaço, sobra um vazio que não será preenchido por mais ninguém, por que dois corpos nunca ocupam o mesmo espaço, o espaço de um vai ser dele pra sempre independente dele ocupar ou não. Isso nos deixa com lacunas, espaços vazio que antes tinham alguma coisa e agora não tem nada, no fundo sobra a gente como um belo de um queijo suíço.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pelo direito de todos chorarem

Homem não chora. Foi nisso o que eu pensei quando estava na rodoviária da minha cidade esperando meu ônibus para partir.


Havia um homem e havia uma mulher, eles estavam juntos, eles estavam abraçados. Aguardaram a última chamada para o embarque do ônibus em que ela partiria. Itu/Salto. Não é tão longe, não pra mim e com certeza não para você se souber a distância entre a minha cidade e Itu/Salto. Mas para eles era, com certeza longe demais para aguentar a distância. Ela entrou e ele ficou de fora, observando. O ônibus foi e ele deu um aceno discreto na direção da janela dela. Ela chorava. E tenho certeza que ele queria chorar também porque tudo nele me dizia isso: as mãos, o corpo, o rosto e os olhos, principalmente os olhos perdidos em direção ao ônibus que ia.

Queria que ele chorasse, não porque gosto de ver os outros chorando, mas porque é a forma de expressão mais pura e realista que existe. Você chora e coloca tudo pra fora e a sua vida e angústia se esvai em lágrimas e mesmo uma só já é muito, já dizia o Coldplay "every teardrop is a waterfall". Chorar é lindo, mas a nossa sociedade linda e maravilhosa privou os homens disso! Eles não tem esse direito, porque chorar é coisa de mulherzinha, de gente fraca. Que absurdo, todos deviam ter o direito de chorar onde quisessem, quando quisessem e na frente de quem quisessem, sem que isso nos classificasse como pessoas inferiores e mais fracas. Quem chora devia ser considerado mais forte pelo simples fato de não ter vergonha do que sente e ser capaz de expressar-se de maneira pura. Minha opinião sobre o assunto.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Análise mal feita de um texto antigo

Lendo meus textos antigos me descobri mudada em vários aspectos. Quer dizer, não são textos tão antigos, eles tem o quê? três ou quatro anos? É bastante tempo ao mesmo tempo que não é. Eu tinha o que? 15 ou 16 anos? E agora tenho 19. Pensando em questões cronológicas não é muito tempo, o que são três ou quatro anos comparados aos 78 que a ciência estima para mim? Não é muita coisa. Mas pensando em questões qualitativas, três ou quatro anos mudam muito a vida de uma pessoa, ainda mais de uma menina de 15 ou 16 anos que estava conhecendo a vida, tornado-se mulher, não que hoje eu já me considere uma mulher completa, ainda tenho muito o que aprender. Voltando, três ou quatro anos fazem muita diferença, principalmente em fases de transição como é/foi o caso da época em que os textos foram escritos.


Primeiro esclareço o motivo da leitura. Sempre que eu volto pra casa da minha mãe, e hoje me sinto muito adulta falando isso, eu acabo demorando a vida toda para dormir e como todos os meus cadernos pessoais estão na minha cabeceira , eu acabo lendo o que já foi escrito e acrescentando novas histórias e personagens à eles, tudo em um remendo só! É engraçado relê-los, eles contém partes de mim que hoje são totalmente diferentes, além de momentos que ajudaram a construir o que eu sou hoje, esse remendo de pessoa.


Em meio às leituras e escritas, de vez em quando encontro algo que me faz refletir sobre minha forma de pensar, que já teve todas as caras e formas, o premiado da vez foi uma reflexão sobre beijo e como ele estava banalizado na sociedade, que o amor acabou, que ninguém mais se importava e todo mundo era de todo mundo, like a Tribalistas. Há um grande trabalho de exaltação do amor em textos literários, com referências clássicas e clichês, como por exemplo à Shakespeare e a Camões, que tem lá seus méritos, mas não são aquelas coisas, pelo não no que diz respeito ao amor, eles tem definições muito arcaicas sobre ele. Enfim, o texto me fez pensar em como eu valorizava demais uma coisa tão natural e normal como beijar era visto por mim como algo a ser idolatrado e aguardado como se eu fosse, seilá, casar com a pessoa que eu beijei. 

É engraçado ver como esses pequenos pensamentos mudaram, minha percepção sobre o beijo e sobre outras coisas estão totalmente diferentes da que eram e é estranho pensar em tudo o que me fez mudar, acredito que boa parte da mudança tenha vindo da ampliação do meu horizonte cultural, mas não apenas meu, mas também de toda a sociedade que, ao meu ver, tem tornado cada vez mais abertas discussões que antes eram destinadas a ficarem dentro de casa. Acho que estou divagando demais e fugindo do propósito, melhor parar por aqui.

Apenas um adendo com .a reação de mim aos 10 anos se me visse hoje

domingo, 1 de setembro de 2013

A incrível arte de perder e perder-se

Quem nunca perdeu algo que não devia ser perdido e nunca mais achou? Ou quem nunca perdeu coisas sem tanta importância, mas com tanta frequência que chega a ser ridículo.
Sou dessas que perde tudo e o tempo todo, uma vez falaram que isso provavelmente é fruto da minha ansiedade, mas eu nunca vi uma relação muito grande entre uma coisa e outra, eu apenas perco tudo o tempo todo. Há diversos casos com as mais variadas histórias sobre minha estranha mania de perder. Não é legal, eu queria conservar minhas coisas comigo sem ter que sair caçando, as pessoas reparam e ficam comentando, não que eu ligue, mas é chato, uma vez me disseram que eu devia fazer um texto sobre isso, e é o que eu to fazendo.

Pior é que agora, parando para pensar sobre perder, não são só coisas que eu perco. Eu perco tudo, desde pessoas e oportunidades, até partes de mim. Pessoas é até normal perder, faz parte, elas vão e vem, nós também devemos ser perdidos por alguém, não é possível que ninguém nunca tenha pensado "porra, que bosta, perdi a Mari", nem que seja na droga de uma festa. Enfim, to divagando. Oportunidades é o que eu  mais perco, pelos mais diversos motivos, desde da timidez exacerbada até preguiça exagerada. E sobre me perder, isso é tão habitual que nem me doí mais. Não é só o perder porque o tempo passou e a gente muda normalmente, falo de me perder porque o que eu era já não tem significado no que eu me transformei, mas mesmo assim queria que permanecesse. Tipo aquelas coisas clichêzinhas de perder a inocência da infância ou o viço da juventude, falou a velha de 87 anos, são esses detalhesinhos que eu perdi, e estou perdendo, que me deixam estranha. Confuso, eu sei, como tudo o que eu tento escrever sobre mim.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

mais um ano


25 de julho, e eu estou de novo escrevendo sobre o meu aniversário. Não gosto desse dia, acho que no fundo nunca gostei, é o único dia do ano que eu tenho vontade de enfiar a cabeça na privada e me afogar, na privada mesmo, que é para ter uma morte bem trágica e deplorável. Eu não faço isso por vários motivos, mas não deixo de pensar que seria bem legal morrer no mesmo dia em que nasceu, imagine o ciclo de vida seria completo, um número redondo, nada de "87 anos, 7 meses e 21 dias", seria apenas "87 anos".

Entendo que 19 não carrega toda a carga emocional que fazer 18 carregava, e nem que em relação a diversas coisas, ano passado foi um ano muito mais crítico do que esse. Esse ano tá tranquilo, nada de muito inovador, a grande crise já passou e tudo que resta é o que sobrou e o fim das férias. Nada muito grave.

Sem contar que 19 é uma daquelas datas estranhas, nada é novo como quando você faz 18: "uhul, posso entrar nos lugares e assistir filmes adultos" e nem tem aquela coisa "humm, agora você tem 18". E nem é ter 20 anos, quando você realmente é encarado como adulto. 19 é tipo o meio termo, mais uma daquelas idades intermediárias que ninguém leva muito em consideração, tipo 17.

Não gosto do meu aniversário, por uma série de motivos, o principal talvez seja ter que agradecer aquele monte de felicitações de pessoas que com certeza nem lembram quem você é. Sou contra dar parabenizações assim, talvez seja por isso que eu não recebo tantas huahaha. Sem falar no cometários familiares de sempre "nossa, e pensar que fazem __ anos que você era desse tamanhozinho", pois é, ainda bem que eu cresci. E tem aquele momento estranho em que cantam parabéns, faço o que? canto também ou fico só sorrindo? Muitas dúvidas e momentos constrangedores, além do momento "crise existencial que sempre aparece e deixa o dia ainda mais feliz.. uhul.



domingo, 14 de julho de 2013

Reflexões sobre o que dizem por aí

Esses dias, na verdade acontece com certa frequência, aconteceu uma coisa que me irrita bastante, é uma coisa boba, mas que ainda sim é capaz de fazer com que eu queira estrangular o tal falador. Sei que não é nada demais e que eu sou psicótica e fico  me preocupando com coisas pequenas, mas sabe quando alguém, por curiosidade pergunta dos seus últimos relacionamentos e ai quando você fala a duração deles, essa pessoa curiosa apenas diz "ah, mas foi pouquinho tempo". Como assim pouquinho tempo? Quem é você pra me dizer quanto tempo é preciso para algo ter valor? Você nem sabe o que aconteceu pra dizer isso? Nunca leu a frase clichêzinha do Fernando Pessoa? 

Pois bem, esse é uma das coisas que mais me irrita, detesto quando as pessoas julgam algo sem conhecer, o fato do tempo é só uma coisa, tem tantas outras que me irritam quando falam ou quando eu leio. E os textos sobre o amor que adolescentes escrevem por aí, que amor só acontece uma vez na vida, que se acabou é porque não era amor e todas essas coisas, que hoje, eu encaro como sendo de crianças. Não me entenda mal, eu não quero amar se for pra amar uma vez só, pra mim esse amor é utópico demais e como tudo que é utópico, não existe. Já amei antes, várias vezes, e várias outras desamei também, e em todas as vezes era um amor diferente e ainda sim era amor, um amor que deixa um traço e que nunca some de todo, vai virando outras coisas, normalmente saudade. Eu amo tanto e com tanta frequência, que adolescentes ficariam loucas e me chamariam de dissimulada e de fácil, com certeza me chamariam de fácil, mas amar é uma coisa tão gostosa que não acho certo restringir a apenas um amor, que sabe Deus quando vai acontecer, prefiro assim, amar várias vezes e de vários jeitos. Eu amei o mocinho da estalagem naquela viagem, também amei aquele menino que eu chamava de melhor amigo, amei aquele personagem do livro que há muito tempo eu não leio, amei todos os meus namorados, amei aquele cordão que eu não tirava do pescoço e hoje nem sei mais onde está. Amei tudo isso e amei mais, pretendo amar bem mais, amar outro, amar o mesmo, amar rápido, amar devagar. Amar apenas porque o sentimento vale a pena.

As pessoas tem o habito de julgar o jeito que a gente tem de amar e de sentir, falam do tempo que é curto, do amor que não é verdadeiro, da forma que tá errada. Mas todas essas pessoas nunca estiveram no nosso lugar, não quero generalizar, não sabem do que é, talvez nunca sintam. E adolescentes, espero que não se apeguem tanto a esse amor que só vai acontecer uma vez, porque já pensaram se só acontecer com você? Perdeu sua única ficha de amor. 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

estragada, minha escrita está

Isso já faz algum tempo, não sei quanto tempo,  mas sei que é bastante tempo. Minha imaginação está estragada, na verdade tem mais coisa estragada, mas a imaginação é o que mais me pesa. Eu costumava ser tão imaginativa, e escrevia até que bem, quer dizer, eu sempre achei um lixo, mas havia quem gostava, Hoje acho que nem isso mais eu faço direito, minha escrita parece enferrujada, minhas ideias estão enferrujadas, parece que não sei mais escrever alguma coisa normal, como eu escrevia antes, diziam que era muito interessante a minha escrita, que meus leitores podiam até me ouvir falando, tão natural eram meus texto. Hoje não há mais nada, minha escrita está uma bosta. E minha imaginação está uma bosta igual.

Tento arrumar um culpado, o cursinho, o vestibular, o tempo, a noite. Mas a verdade é que culpa é toda minha, minha e da minha preguiça, que é uma companheira inseparável e com certeza não me permite ser um monte de coisa que eu queria, ela também não me deixa fazer milhares de coisas, não a culpa, ela é muito possessiva. Se minha imaginação sumiu, a culpa foi minha.


Já li, e acredito que seja verdade, que a imaginação não é algo natural, ela é adquirida com a prática e precisa ser exercitada para não se perder. Como? Lendo bons livros, mas bons livros mesmo, nada dessas modinhas lançadas por aí, livros criativos, instigantes, que fazem a gente esquecer que está sentado no quarto e acreditar que está lá no meio das páginas, vivendo a história. Sabe aquele livro que você abre em qualquer página e começa a ler avidamente, mesmo que não conheça a história? Esses são os melhores livros. Enfim, ler incentiva a imaginação, lembro de uma época em que as pessoas se chocavam, todos os livros que elas mencionavam, eu já tinha lido! Saudade desse tempo, de ler um livro de muitas páginas por semana, mas a preguiça não deixou que eu lesse. Isso vai mudar! se ela não atrapalhar meus planos.


Ah a preguiça, vou parar de deixá-la controlar minha vida, ou não. Voltar a escrever é uma esperança, onde já se viu jornalista que não escreve?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

coisas que vem a minha mente depois de uma noite esquisita

Não leia, ou leia, faz o que quiser.
Confesso minha confusão de maneira estranha. Escrever sempre foi libertador e de certa forma eu escrevia para que o motivo de minha escrita lesse, hoje eu não sei se é isso que eu quero, que você leia e me entenda e talvez descubra uma parte de mim que fica sempre escondida, uma parte que não gosto que saia a tona, sabe? É uma parte estranha de mim, tão estranha que nem me reconheço nela direito. Na verdade, talvez eu esteja até enganada quanto a isso, sobre ser uma parte escondida, pode ser que ela seja quem mais define quem eu sou para os outros e só eu não percebo isso.
Sobre o fim, eu não sei se tenho muito o que dizer. Estou triste, é verdade, mas não sei se esse é o sentimento que me predomina. Pra começar que existe um vazio em mim tão grande que provavelmente está inibindo todo tipo de sentimento que poderia nascer dentro de mim, falo da tristeza porque ela é bem forte e por isso é capaz de me tomar inteira e de uma só vez, porém logo é sugada pelo vazio, pois essa é a característica de todos os vazios, eles absorvem tudo o que é diferente deles. Com o meu não é diferente, ele suga tudo, absorve tudo, engole e depois vomita. Que nem eu, com o álcool. O fim chegou e eu nunca imaginei que chegaria, já disse que para mim o que sentíamos era mais forte que tudo, mas até aí eu estava certa, se sentimos juntos nada era capaz de nos abalar e nos separar. Mas não é mais o nosso caso, sentimos separados e até diferentes, não tente me fazer explicar e nem mesmo entender. Não posso te obrigar ficar comigo quando você não quer mais, quando eu fiz com que você me desgostasse. Não, isso não é autopiedade, isso sou apenas eu afirmando o que eu acho. Há outros fatores, nos quais eu não quero pensar por medo de serem verdade, há tantas outras coisas.
Há tantas outras coisas, você é tão inseguro e confuso que eu fico perdida quando tento te entender. Quem muda de ideia com a mesma facilidade de você? Desculpe o que vou dizer, mas é muita imaturidade e até mesmo crueldade ligar dizendo que me ama e contar os dias para me ver, fazer planos para o futuro, para no fim das contas dizer que é melhor deixar como está. Você me pediu para não te odiar e eu não te odeio, mas infelizmente acho que você é igual aos outros e me sinto triste por ter pensando que você era diferente. É estranho.
Eu amo você, mas eu não gosto mais de você.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O dia dos namorados é só mais um dia para eu pensar em você

Hoje é dia dos namorados e eu não ligo para datas, com namorado ou sem ainda é só um dia comercial para que o capitalismo reine sobre nós, um pretexto para gastar dinheiro. Tenho para mim que quando se ama alguém, não é preciso uma data no calendário lembrando que é dia de dizer eu te amo e dar presente, isso se faz todo dia. 


O "eu te amo" que tanto aguardamos no dia dos namorados está no dia-a-dia, poxa! Aquela máxima que as redes sociais insistem em compartilhar dizendo que a felicidade está nas pequenas coisas da vida, que são os detalhes que valem a pena e não a grande aventura em si, essa máxima não é nada além de verdade. É verdade que nas coisas simples é que está o "eu te amo", está em andar de mãos dadas na rua, em rir das piadas sem graça que ele faz, está em ouvir todos os problemas mesmo quando os nossos problemas são bem maiores. O "eu te amo" está na briga pelo cobertor no meio na noite, no "você não quer entrar e tomar uma xícara de café?", é quando você assisti uma saga completa só porque ele gosta e quer compartilhar isso com você, mesmo que você durma durante o filme e ele passe o resto da vida te zuando por isso. Existem tantas outras coisas que valem muito mais um eu te amo do que o dia dos namorados, tanta coisa tão mais significativa que passa despercebida e quando a gente vê já é tarde demais para perceber.

Dia dos namorados é só uma data, mas me fez pensar em muitas coisas, entre elas na minha atuação situação, que parece simples, mas não é. O que eu pensei, penso, é que eu sinto falta de estar com ele, sinto falta de todas as pequenas declarações que fazíamos um para o outro, de todo o carinho trocado e de quando ele me colocava para dormir aninhada nos braços dele, de quando ele dizia "não chore" e lambia meu rosto em uma clara imitação de Pongo, quando ele me tirava para dançar onde não havia música ou havia, mas não combinava com a nossa dança. Eu tenho saudade dele e queria ele aqui pra abraçar nesse dia dos namorados, mesmo achando que essa é uma data puramente comercial.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Confesso que tenho medo

Ando assustada, não mais por estar sozinha em uma cidade que eu não conheço, longe dos meus pais e blábláblá, todas essas coisas ainda me assustam, mas não é sobre isso. Primeiro, deixe-me dizer que nunca tive medo de andar sozinha na rua, em qualquer horário, tenho a infeliz ideia de que nada vai acontecer comigo, não serei abordada na rua por um assaltante e se for serei capaz de me esquivar e ir pra casa tranquila (?). Se eu concordo com esse tipo de ideia? lógico que não, meu namorado vive brigando comigo por eu pensar assim, que tenho que ser mais cuidadosa e prestar mais atenção, mas não sei o que me acontece, ingenuidade, acho que nada vai me acontecer. Talvez isso seja consequência de ter sido criada em um lugar considerado bom, seguro e livre de "maus elementos", de não ter precisado passar por "quebradas" e coisas assim. Acho que acabei criando a ideia de que o mundo é um lugar seguro, sabe? que não é tão perigoso quanto dizem e que tem gente que tem carma para atrair coisas ruins e esse não é o meu caso. Não tinha medo de ser abordada, e nem nunca fui abordada aliás, mas confesso que em vista dos últimos acontecimentos aqui na minha atual cidade, tenho tido medo de andar na rua sozinha.

Foram dois casos de estupro em menos de uma semana, dois casos acontecendo na avenida mais movimentada da cidade e um as duas horas da tarde! Meu medo é grande, imagine, era duas horas da tarde e um verme, por que para mim esse ser não pode ser considerado um homem, te ameaça para entrar no carro e  te obriga a ter relações com ele. Eram duas horas da tarde! Claro que em qualquer horário é uma coisa absurda, mas em plena luz do dia ganha um caráter mais assustador e hediondo, era dia, estava claro e isso não impediu esse verme de sequestrar uma menina e abusar dela.  E no outro caso, a menina foi pega dentro do estacionamento de um mercado!! Cadê a segurança dessa cidade? onde estão aqueles que dizem proteger a população dos "maus elementos"? Devem estar fechando alguma festa de república, bem mais importante do que casos de estupros.

É um absurdo que atitudes como a desse verme ainda existam, quer dizer a cada 12 segundos uma mulher é violentada no Brasil e tenho a impressão de que ninguém liga muito para isso, é que assim, a mídia quase nunca divulga isso, parece que não tem importância o fato de que mulheres ainda são tratadas como objeto, vistas como um meio de conseguir satisfação imediata. Me pergunto o porque de ser assim tão raro encontrar notícias sobre estupros e assédios, isso dá ibope se é esse é o problema, ou será que o problema é mostrar o quanto isso é atual e como somos atrasados em relação ao tratamento que homens e mulheres recebem, como ainda existe o pensamento de que mulher gosta de ser elogiada na rua, quem nunca quis passar em frente a uma obra e ouvir todos gritando "ô gostosa" ou receber buzinadas no trânsito? Deplorável, só o que eu digo.

Não ta certo, meu país é um país livre, mas eu não vejo onde está essa liberdade quando eu e tantas outras mulheres temos medo de andar nas ruas, medo de pessoas com a mente pequena e enxergam nossos corpos como sendo um "convite à diversão", que não são capaz de entender que não é não e que ainda acham que a mulher tem que ser submissa, e que a culpa é nossa apenas porque nascemos mulheres, quem mandou, não é? Tenho medo e nojo, cada dia menos acredito nas pessoas e sei que não sou só eu.

domingo, 28 de abril de 2013

tranqueiras que a gente escreve quando não tem nada pra escrever

Não é um desabafo, nem uma comoção. Não sei o que é. Talvez esteja bêbada, não alcooliza, apenas bêbada, o que é bem possível. Quem nunca se sentiu leve como se tivesse bebido sem ter tomada nada? É uma reação absolutamente normal. Talvez eu esteja meio bêbada mesmo, drogada de sentimentos, meio perdida, mas não sei se confusa, apenas abstrata. Apenas estou escrevendo o que me vem na mente, nada de muito certo, provavelmente e nem de muito coeso, talvez algo bem estranho e confuso.

Minha vida em Bauru tem sido interessante, há dias entediantes, dias médios e dias realmente empolgantes. Há também manhãs e banhos em que tudo o que eu mais quero nessa vida é voltar pra casa e deitar na cama da minha mãe e chorar até morrer. Porém existem as tardes e as noites e algumas manhãs e banhos que tornam aqui um lugar agradável e aí chorar um pouco no telefone já é suficiente. Tenho chorado muito, por vários motivos, alguns bem babacas, outros nem tão babacas, mas ainda sim babacas. As vezes penso que não é culpa minha, existem coisas que a gente não controla, não tenho culpa se me descobri mais apegada à minha família, namorado, do que achei que era. Veja bem, isso não é uma desculpa para as lágrimas, é uma explicação, eu diria. As vezes acho que tenho motivo e nessas vezes quero estrangular o desgraçado que diz que tenho que parar e ser forte, vai tomar no cu, se ainda tivesse como a criatura sentir o que eu sinto ou passar pelas mesmas coisas, ok, mas não.

Acabou a inspiração, obrigada pela atenção.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Minha e só pra mim

Gosto tanto dos teus olhos pequenos e risonhos, quando formam aquelas dobrinhas nos cantos eles ficam tão lindo, não gosto deles assim, aguados, me entristecem, dá uma vontade tão grande de matar e morrer. Sorri pra mim, moça bonita, só um pouquinho? Seus lábios miúdos ficam tão lindo quando você sorri. Por favor? Pra mim, pra ele, pro fulano, nem seja só por educação, pra qualquer um, mas sorri, sinto tanta falta do seu sorriso, morena. Sabe, menina, sempre que eu penso em chuva, vento, trovão e relâmpago  eu lembro dos teus olhos escuros? Tão escuros, tão estranhos, tão bonitos, gosto tanto quando eles me seguem por aí, quando me surpreendem e me descubro observado por eles, tão bonito o escuro dos teus olhos. Também gosto da tua pele quente, lisa, macia, às vezes gosto até quando ela fica assim vermelha e salgada, mas dá uma dor no peito vê-la assim. Ah, menina, o que eu não faria se você prometesse que parava de chorar?

domingo, 13 de janeiro de 2013

A modinha nossa de cada dia

Perambulando pelo mundo mágico e devorador de mentes que é a internet, notei uma crescente necessidade entre as pessoas que frequentam as redes sociais - posso estar sendo altamente hipócrita ao escrever o que escrevo, mas isso não é uma crítica, é uma constatação -,  cada vez mais as pessoas postam  que leem loucamente, adoram Fernando Pessoa e Caio Fernando Abreu, citam Raul Seixas e Renato Russo. Nada contra, todos são ótimos artistas e sou super a favor das pessoas lerem, todos sabem que super apoio a leitura, nem que seja de histórias em quadrinhos. Mas não é disso que eu estou querendo falar, o que quero dizer é sobre a necessidade que as pessoas estão sentindo em serem reconhecidas pelos outros como sendo cultas e inteligente, não que elas não sejam, não me interpretem mal. Porém o que parece é que as pessoas querem que todos saibam que elas são assim, independente de ser ou não, como se reconhecimento do outro fizesse delas pessoas melhores, como se mostrar ser fosse mais importante do que realmente ser, oque é uma coisa triste, pois mostra como a nossa sociedade, além de dar maior importância para o ter do que para o ser, ainda valoriza mais as aparências do que o interior. Fico chateada com tudo isso, principalmente porque eu sou ruim e não gosto quando coisas adoráveis, como ler, começam a fazer parte da cultura de massas e torna-se modinha. É triste porque a cultura de massas sempre torna tudo pedante e sem graça, além de tornarem vitimas aqueles que já gostavam e faziam antes das coisas "pegarem", pois essas pessoas de antes são vistas como mais um que aderiu à moda.

No fim, tudo o que eu escrevi soa como uma revoltinha de um hipster que luta contra a cultura mainstream -beijos irmã-, porque atualmente criticar a cultura de massas faz parte da cultura de massas.