sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Análise mal feita de um texto antigo

Lendo meus textos antigos me descobri mudada em vários aspectos. Quer dizer, não são textos tão antigos, eles tem o quê? três ou quatro anos? É bastante tempo ao mesmo tempo que não é. Eu tinha o que? 15 ou 16 anos? E agora tenho 19. Pensando em questões cronológicas não é muito tempo, o que são três ou quatro anos comparados aos 78 que a ciência estima para mim? Não é muita coisa. Mas pensando em questões qualitativas, três ou quatro anos mudam muito a vida de uma pessoa, ainda mais de uma menina de 15 ou 16 anos que estava conhecendo a vida, tornado-se mulher, não que hoje eu já me considere uma mulher completa, ainda tenho muito o que aprender. Voltando, três ou quatro anos fazem muita diferença, principalmente em fases de transição como é/foi o caso da época em que os textos foram escritos.


Primeiro esclareço o motivo da leitura. Sempre que eu volto pra casa da minha mãe, e hoje me sinto muito adulta falando isso, eu acabo demorando a vida toda para dormir e como todos os meus cadernos pessoais estão na minha cabeceira , eu acabo lendo o que já foi escrito e acrescentando novas histórias e personagens à eles, tudo em um remendo só! É engraçado relê-los, eles contém partes de mim que hoje são totalmente diferentes, além de momentos que ajudaram a construir o que eu sou hoje, esse remendo de pessoa.


Em meio às leituras e escritas, de vez em quando encontro algo que me faz refletir sobre minha forma de pensar, que já teve todas as caras e formas, o premiado da vez foi uma reflexão sobre beijo e como ele estava banalizado na sociedade, que o amor acabou, que ninguém mais se importava e todo mundo era de todo mundo, like a Tribalistas. Há um grande trabalho de exaltação do amor em textos literários, com referências clássicas e clichês, como por exemplo à Shakespeare e a Camões, que tem lá seus méritos, mas não são aquelas coisas, pelo não no que diz respeito ao amor, eles tem definições muito arcaicas sobre ele. Enfim, o texto me fez pensar em como eu valorizava demais uma coisa tão natural e normal como beijar era visto por mim como algo a ser idolatrado e aguardado como se eu fosse, seilá, casar com a pessoa que eu beijei. 

É engraçado ver como esses pequenos pensamentos mudaram, minha percepção sobre o beijo e sobre outras coisas estão totalmente diferentes da que eram e é estranho pensar em tudo o que me fez mudar, acredito que boa parte da mudança tenha vindo da ampliação do meu horizonte cultural, mas não apenas meu, mas também de toda a sociedade que, ao meu ver, tem tornado cada vez mais abertas discussões que antes eram destinadas a ficarem dentro de casa. Acho que estou divagando demais e fugindo do propósito, melhor parar por aqui.

Apenas um adendo com .a reação de mim aos 10 anos se me visse hoje

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