quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Muda, muda, muda e continua do mesmo jeito

Chegou aquela época do ano em que a gente decide fazer um balanço sobre nós. Sabe aquelas coisas fazer uma listinha do que realizamos em 2013, como foi ano, as mudanças, as pessoas, a cabeça, o coração? A gente coloca tudo na balança, tu-do.


Por que raios eu seria diferente? É claro que vou fazer o meu balanço do ano hahaha. Talvez seja um pouco cedo, talvez seja feito mais perto do ano novo, mas tudo bem, me deu vontade agora. E sobre o meu balanço, eu descobri que na verdade eu sou a mesma de sempre, do mesmo jeitinho esquisito, complicado e chato, sempre chato.


Enfim, esse ano foi diferente dos outros, bem diferente, eu diria. Entrar na faculdade já muda muita coisa, tudo é novo e dá aquela sensação de que você cresceu, não é mais uma criança sem grandes responsabilidades, vira gente grande, adulto, responsável. E quando além disso você muda pra uma cidade muito longe da sua e cadê carinho de mãe? Cadê mimo de pai? Cadê briga com irmãos? Cadê comida de vó? Cadê amigos babacas pra te chamarem de bocó? Cê perde tudo isso! Nunca tive tanto a sensação de abandono do que na época da mudança, quer dizer até tive em outros momentos, mas na mudança era uma coisa absurda, me sentia tão pequena, tão insignificante, tão desamparada que nada me dava jeito, chorava todo dia igual uma criança e ainda por cima ligava pra minha mãe e dizia "vem me buscar!!". Claro que isso foi nos primeiros meses e que hoje eu sou bem feliz lá na minha nova cidade. Além de já me sentir parte de lá, uma moradora da cidade, um membro da faculdade, eu fiz amigos (yes!!), conheci pessoas que me acolheram e cada um ao seu modo me ensinaram a crescer, a ser alguém melhor e a todas essas pessoas eu serei eternamente grata, por tudo o que fizerem e o que fazem. Eu sei que tenho uma família lá e que ela é linda!

Essas mudanças todas mudam a gente. Se hoje já não sou a mesma de ontem, o que dirá da pessoa que era no começo do ano. Não sou mesmo, muita coisa mudou e acho que uma das principais foi a minha maneria de pensar, quer dizer, me achava uma pessoa com a cabeça bem aberta, com uma visão de mundo diferente e "pra frente", por ser assim dizer e muitas vezes me sentia um tanto sozinha, era difícil achar gente que pensava igual, meus amigos me aceitavam como eu era, mas eles mesmos diziam que adoravam o meu jeito de ver o mundo, mas não eram capazes de pensar igual. Era triste. Mas na faculdade achei muita gente que pensa igual, que pensa mais e isso é o maior barato! É como encontrar um lugar no mundo em que existem pessoas iguais a você e ser aceito por essas pessoas! É mágico, por isso lá é lindo.


Tantas coisas me fizeram ser o que eu sou hoje e eu mudei tanto, tanta coisa eu tive que mudar... Deixei alguns sonhos pra trás, junto com alguns amores e paixões. Mas encontrei outros, mais e talvez melhores ou apenas diferentes. E ainda sim, mudando tanta coisa, ainda sou a mesma de sempre, talvez fosse apenas tmp, talvez estresse, mas houveram tantas vezes em que eu quis espernear e gritar e xingar e machucar alguém só porque não era do jeito que eu queria, e isso me faz crer que eu ainda sou a mesma crianças birrenta, teimosa e chata que eu sempre fui. Mas pensar que não esperneei, não gritei, não xinguei, não machuquei ninguém porque eu sabia que não ia fazer diferença, que não seria do meu jeito se eu só quisesse se eu não fizesse, talvez essa consciência de que ninguém tem culpa de nada signifique que eu cresci e que eu não sou mais aquela criança birrenta e teimosa, talvez eu seja só chata e esquisita e complicada.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Eu devia estar estudando

Ou fazendo meu artigo ou qualquer outra coisa, mas estou aqui escrevendo sobre uma coisa que eu não entendo e quero nunca entender. Uma amiga me disse esses dias que sentimentos que acontecem rápido são mais sinceros do os que acontecem gradualmente. Segundo ela, quando é rápido você não pensa, acontece e fim, você tá lá enrolado em alguma coisa que não sabe explicar como surgiu, apenas que foi assim e é uma das melhores sensações do mundo.

Sobre coisas que acontecem rápido demais ou de forma inesperada, gosto daquela que diz que tudo acontece no tempo certo, que se tivesse acontecido antes não seria do jeito que é. Tenho para mim que quem eu sou hoje é diferente de quem eu era ontem, principalmente pelo simples fato de que o tempo passa e eu envelheço. Seguindo essa linha, o que aconteceu hoje só aconteceu porque se fosse ontem talvez desse errado pelo simples fato de que eu não estava preparada para lidar com o que me trazia o destino.

Não sei se acredito em destino. Penso que é triste imaginar que tudo na sua vida já está traçado e que escolhas são na verdade uma ilusão. Mas as vezes parece algo tão palpável, como conversar com alguém durante horas olhando pra uma aquário de planárias e muito tempo depois ficar horas conversando sobre nada e contando histórias da infância e ter a sensação de que conheceu essa pessoa a sua vida inteira, quando na verdade fazem só três meses que vocês se veem com frequência  e perceber que as palavras começaram a faltar. Isso parece destino, ou é só um acaso?

A questão é que o seu cheiro ficou na minha pele e eu gosto disso.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Isso é uma crônica?

Estava chovendo e ela estava parada com a sombrinha roxa aberta. não chovia muito, mas também não era pouco. A chuva caia torta, não vinha em linha reta do céu para o chão, mas não como se fizesse curva. Por ser torta, a chuva molhava os joelhos da menina e seus tênis estavam encharcados. Mas ela não se importava, sua bolsa estava seca, o que significava que seus livros estavam salvos.

Trazia Alberto Caeiro para parar de pensar e começar a sentir. Tinha Drummond porque as vezes é bom ser melancólico. E Tolkien porque fantasia faz bem.

A aula tinha acabado há um tempo, o que não fazia sentido porque ela carregava um filhote de gato aninhado no braço. encontraram o animal perdido na escola, era branco e com grandes olhos verdes. talvez por medo, talvez por frio, ele se encolhia nela e observava atentamente.

A menina espera alguém que viesse buscá-la, iria pra casa sozinha se não estivesse chovendo. Porém já fazia um tempo que estava esperando.

Não tinha muito mais gente na escola, quer dizer, não tinha quase ninguém. Na porta estavam ela e o porteiro, todos foram embora. O portão abriu e alguém saiu do prédio. Outro estudante, mais velho, mas não muito, uniformizado igual aos outros, mas diferente. O cabelo cacheado e comprido era incomum.

A movimentação agitou o gato que ergueu a cabeça e ficou observando o moço junto com a menina. Ele passou por eles quase sem desviar, exceto por um momento em que olhou pro gato e do gato pra menina e então sorriu.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Coisas estranhas que eu gosto e não estou nem aí se você não gosta

Depois de postar aquela lista sobre coisas que ninguém sabe sobre mim, achei essa, escrita já faz um tempo, que é tão esquisita quanto a outra, ou talvez não...

Estava pensando esses dias antes de dormir como somos peculiares, cada um tem a sua diferença, o seu jeito e suas manias. Somos todos um pouco loucos e esquisitos. Comecei a pensar nas coisas esquisitas que eu gosto e que, as vezes, deixa os outros chocados, outras vezes não. Como sou uma pessoa atualmente desocupada, resolvi listar minhas coisas estranhas.

- Batata frita com sorvete: é um clássico, todo mundo que é esquisito gosta disso, mas assim, eu acho que só vale se for do Mc'Donalds, sem querer fazer propaganda;

- Óculos escuros, não é estranho gostar de óculos escuros, mas o motivo é, eu gosto porque eu me sinto invisível com eles, tipo no filme O Paizão.

- Gosto de céu, principalmente da janela do meu quarto na casa da minha mãe com as grades na frente;

- Cheiro de cebola na mão. Veja bem que eu disse na mão, nada de hálito de cebola;

- Massa de bolo de chocolate crua, eu chego a fazer a massa só pra comer;

- Pelos;

- Dentes sujos de sangue. Não, não é a boca do vampiro após sugar todo o sangue da moça e nem é uma boca cheia de dentes quebrados. Mas uma de quem acabou de levar um murro e cortou o lábio ou quebrou o nariz;

- Daquelas marcas que ficam na pele quando a gente passa a unha com força. Acho bonito.

- Gosto de músicas que me descrevem, que lembram quem eu sou ou porque eu acho que parece ou porque alguém lembra quando ouve.