sábado, 30 de junho de 2012

Cartas sem destinatário

A noite sempre é mais silenciosa, boa para pensar. À noite os apaixonados ardem em sonhos e os cansados se esquecem no sono. À noite a paz reina nas casas e vira guerra no pensamento dos aflitos. O sono impera na cabeça dos pais e a preocupação na mente das mães com seus filhos doentes, e se não passarem dessa noite? Os amantes não querem que ela termine e os vigias anseiam pelo seu fim.

Também é quando escurece que eu penso em você, quando o mundo dentro da minha cabeça fica quieto. É como se os habitantes da minha cabeça soubessem que você vem e que eles não devem atrapalhar sua estadia, com sua algazarra costumeira. Gosto que venha a noite, durante o dia não seria interessante, não quero te misturar com as banalidades da vida, com a rotina triste e tumultuada, de triste em você já me basta sua ausência. Quando você vem, penso na sua risada, nos seus olhos que me deixam vermelha. Fico imaginando histórias, tal qual uma criança que sonha, e aí eu adormeço.

Mas em algumas noite você não vem, e eu não se é porque minha cabeça não entrou em silêncio ou se é porque você já não existe mais em mim como antes. E a noite volta a ser só uma passagem silenciosa, boa para pensar.

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