terça-feira, 5 de julho de 2016

917 dias

Eu adoro o filme 500 dias com ela, não tenho dúvidas de que ele está no meu top 5 de filmes favoritos na vida. E gosto dele por uma série de motivos e acho que gosto dele muito antes de te-lo visto. É um filme que acompanhei desde o começo, antes de ser lançado eu já aguardava ansiosa por ele. Talvez seja culpa de ligeira paixão pelo Joseph Gordon-Levitt que existe desde 10 coisas que eu odeio em você, talvez pela proposta de realidade que filmes de amor sempre prometem, mas nunca cumprem. 

500 dias com ela me teve desde o começo e é um filme pra ser revisto sempre, principalmente quando a tal da bad bater, quando a ressaca de amor vier, quando terminar um namoro de muito ou pouco tempo. Não sigo minhas próprias recomendações e só fui ver esse filme agora, não sei quantas dezenas de dias depois. 

Recomendo ele pros momentos de bad não porque ele é um daqueles filmes que nos fazem chorar perdidamente, que dão aquela sensação de que nada de bom pode nos acontecer depois do fim de um relacionamento e muito menos é um daqueles motivacionais e etc. Recomendo por ele justamente mostrar como a vida funciona e que muitas vezes nos deixamos levar pelo que a gente sente e pelas interpretações que fazemos do mundo e das outras pessoas.

O filmes conta os 500 dias de Tom desde o momento em que conhece a Summer até o momento em  que a "esquece". E é um filme cheio de diálogos interessantes, coisas que a gente só percebe depois de tê-lo assistido algumas várias vezes e que fazem todo o sentido. 

A primeira vez que assisti ao filme eu tive muita raiva da Summer, achei que ela tinha usado o Tom e mentido pra ele, que na verdade era tudo um jogo e etc. Hoje eu sinto cada vez menos raiva dela, não é livre de defeitos, há momentos em que ela realmente mente como quando ela convida ele pra festa no apartamento. Mas a cada vez que assisto tenho a impressão de que o grande problema é o Tom, por todas as minhocas na cabeça dele, por todas as expectativas criadas a partir de impressões. Cada vez tenho mais certeza de que somos iguais a ele. 

Eu sou o Tom porque eu imagino coisas onde não tem, porque qualquer movimento é um sinal. Porque quando no fim só consigo ver os pontos positivos e sentir saudade, porque tendo a esquecer a parte ruim que levou à tudo aquilo. Eu sou o Tom porque tento ocupar meu tempo o máximo possível pra não pensar, mas isso só depois de passar três dias sem levantar da cama e vivendo de bolinhos e vinho. Sou o Tom porque depois de qualquer fim tenho dificuldades de acreditar de novo, mas assim como o Tom, eu sei que uma hora passa e dá pra voltar a acreditar de novo.

Mas eu também sou a Summer quando eu digo o que eu acho, quando fecho a cara em situações disconfortáveis. Sou a ela quando deixo de contar algumas coisas só pra ganhar um tempo a mais com alguém. Sou a Summer quando ela diz que um dia acordou e soube o que nunca soube com o Tom. Quando ela diz que as coisas apenas acontecem e não é culpa de ninguém.

No começo do filme o narrador nos diz que esse não é um filme de amor, mas as vezes eu tenho a impressão de que na verdade ele é sim.

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