domingo, 26 de junho de 2016

O problema é o medo que dá da minha alma nua encontrar a sua sempre vestida.

Eu adoro testes de Facebook, adoro mesmo. Acho um pouco bobo e cansativo, como se algumas combinações de algorítimos pudessem dizer quem eu sou ou como se a posição dos astros influenciassem minhas vontades. Porque eu não posso ser apenas minhas e ser porque eu quero ser?

Mas as vezes parece que combina com a gente, que está falando de nós mesmos. É como astrologia, palavras bonitas em frases genéricas e tudo aquilo que você quer ouvir. O filme da minha vida é sobre como eu acho problemas em tudo e eu acho mesmo, uma velha rabugenta aos 20. A nota sobre mim diz que em matéria de alma eu ando nua.

E acho que ando mesmo. Tenho esse pequeno o habito de andar com a alma exposta e deixar me enxergarem de perto. De me deixar tocar pelo outro fácil. E se ela não está totalmente nua, tenho certeza que não demoro em ir me despindo pelo caminho. Acho que no fundo as relações são pra mim um encontro de almas nuas que se enlaçam e se tocam e se mudam.

O problema é ser assim quando nem todo mundo é, quando a alma nós escondemos no peito, na boca, naquilo que não se diz, no que não é feito e a gente deixa passar, naquele olhar desviado. Quando nos ensinaram de que sentir é ruim, que o bom mesmo é ser frio, é colocar todos os sentimentos goela abaixo. Quem gosta de alguém é mais fraco, vulnerável. 

É como já dizia a raposa, a gente corre o risco de se machucar quando se deixa cativar. Acho que no fundo é isso que significa andar com a alma nua, que a gente vai se deixar cativar e que estamos dispostos a cativar quem tiver coragem de chegar mais perto.


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