quinta-feira, 16 de junho de 2016

Meu amor por todo céu

Gosto do céu, sempre gostei. Uma imensidão azul acima de nós. Desde de que me entendo por mim gosto de deitar no chão e olhar pra cima e ver aquele azul com várias nuvens brancas servindo de enfeite. Gosto de imaginar que se esticar o braço bem alto consigo tocar o azul com as pontas dos dedos, ao mesmo tempo que me pego olhando para um vazio sem fim que poderia ser meu espelho.

Já vi muitos céus, ainda não todos os céus do espelho.as os suficientes pra elencar alguns favoritos. 

Todo mundo sabe do céu de Bauru e de como ele se mostra colorido no fim da tarde pra alegria de vários Instagrans e de como suas nuvens se projetam sobre a cidade. Demorei tanto pra aceitar esse céu, pra olhá-lo e admitir todo seu encanto, passei anos dizendo que não era nada de mais, que era só o excesso de gás que criava todas aquelas cores. Neguei um dos céus mais bonitos da vida por birra, por raiva de uma cidade que hoje é minha também. 

Em contrapartida eu sempre gostei do céu de São Paulo com suas cores cinzas e aquela faixa vermelha carbónica no fim da tarde. Gostava dele cortado pelas silhuetas de tantos prédios, o tal do skyline. Não é um céu tão bonito quanto o de Bauru, faltam algumas cores, mas tudo o que eu sinto pela cidade reflete nele e isso me basta pra achá-lo maravilhoso. 

Tem o céu do litoral também, o céu de Natal em que o sol nasce as 5:30 da manhã e só se põe quando já é muito noite. E em Fortaleza que me fascina apenas porque dorme de baixo dele um dos meus maiores amores, porque ele esconde uma rosa que só eu posso ver e que é só minha.

Por fim deitada na minha cama debaixo da janela do meu quarto vejo o melhor céu do mundo. Nem me importam as grades que minha mãe insistiu que estivessem ali ou o fato de que ele é só um quadradinho azul na minha vista toda branca. Esse céu significa tanto pra mim, esse lugarzinho debaixo da janela tem tanta memória que dali o céu parece que faz parte de mim. São as manhãs nas frestas de sol e as tarde admirando as nuvens se encaminhando lentas sabe-se lá pra onde. É um espaço tão meu e tão céu que não consigo me imaginar sem um cantinho assim, onde eu deposito todos os prazeres e dores do mundo e elas sobem em roda até o céu. 

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